Apesar da
teoria humoral, Hipócrates normalmente é descrito como o “pai da medicina
moderna.” Ele e seus seguidores escreveram mais de 70 trabalhos, que ainda são
usados, nos quais resumiram a medicina baseada na razão. Eles também
estabeleceram muitos dos princípios da moderna prática médica. Por exemplo,
eles defendem que as doenças podem não ser causadas apenas por circunstâncias
internas, mas também por influências externas como clima, higiene pessoal,
alimentação e atividade. Eles estimulam um exame atento dos pacientes, usando
toque, olfato, paladar e audição, além da preparação de históricos de casos por
escrito. A terapia deve ser simples, baseada principalmente em banhos e dieta,
com uso moderado de drogas e, raramente, de intervenções cirúrgicas. Acima de
tudo, o médico deve ser ético, trabalhando não por lucro, mas pelo bem dos
doentes. Essas exigências éticas estão contidas no famoso Juramento de
Hipócrates, que continua a ser usado na maioria das faculdades de medicina.
A base da tradição médica ocidental
A
abordagem científica da medicina foi avançada por Aristóteles, o grande
filósofo grego do século IV a.C. Aristóteles foi o primeiro a estudar anatomia
dissecando animais e estudando os órgãos. Contudo, como usava animais, ele
erroneamente concluiu que o coração humano tem três câmaras, como o dos
anfíbios.
As
primeiras dissecações do corpo humano ocorreram em Alexandria, Egito. No século
III a.C., Alexandria havia se tornado a capital cultural do mundo helênico, a
esfera da influência política grega estabelecida pelas conquistas
(principalmente asiáticas) de Alexandre, o Grande (cujo tutor, aliás, havia
sido Aristóteles). Lá, a grande Biblioteca Alexandrina se tornou o depositário
de conhecimentos de todos os lugares.
Um médico
chamado Herófilo conduziu as primeiras dissecações do corpo humano de que se
tem registro. Diz a lenda que ele tinha permissão para dissecar criminosos
vivos que haviam recebido sentença de morte. Não se sabe se isso é verdade ou
não, mas ele de fato aprendeu muito sobre a anatomia humana. Herófilo descobriu
e deu nome à próstata e ao duodeno. Ele também determinou que as artérias eram
preenchidas por sangue, e não ar, como se costumava acreditar. Além disso, ele
reconheceu a importância do cérebro como o centro do sistema nervoso e a base
da inteligência, e delineou o sistema nervoso, distinguindo os nervos motores
dos sensoriais.
As
tradições médicas desenvolvidas na Grécia foram adotadas pelos antigos Romanos.
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